Enquanto escrevo essas linhas chove muito, lá fora.
Acabei de ler a reportagem do Globo online, que anuncia: Prefeito do Rio anuncia 38 projetos de contenção de encostas e drenagem na cidade.
A reportagem menciona os valores dos investimentos que serão patrocinados pelo governo federal.
“R$ 270 milhões seriam para intervenções de macrodrenagem para acabar com as enchentes na Praça da Bandeira.”
“Os outros R$ 100 milhões seriam para as obras ... como contenção de encostas da Serra da Grota Funda, Grajaú-Jacarepaguá e Avenida Niemeyer ... intervenções de drenagem na Tijuca, Brás de Pina e o canal da Rocinha.”
São 73% para a Praça da Bandeira e por conseqüência para o Maracanã (o palco dos espetáculos), que fica ao lado, e 27% para o RESTO.
Isso é incompetência ou sacanagem mesmo?
Um projeto descente, até para mostrar para o mundo o nosso desenvolvimento político e social, deveria levar em conta (no mínimo) as áreas e regiões de maiores riscos, maior densidade demográfica, menor poder aquisitivo, entre outros índices sociais. Já que existe a necessidade premente de ação no desenvolvimento social e urbano.
Ações preventivas possuem um custo bem inferior, principalmente quando se trata de vidas humanas. Não precisamos de representantes que só fazem embelezar favelas e guetos. NÃO queremos morar em favelas e guetos!
Até quando viveremos essa relação opressora, entre estado e sociedade?
Por outro lado, a iniciativa privada também poderia participar, efetuando investimentos na captação e tratamento das águas das chuvas, da parte boa, oriunda de volumes pluviométricos menores. Já que, provavelmente, serão construídos canais de drenagem, caixas mortas e piscinões subterâneos, por que não dar tratamento a essa água e torná-la utilizável, mesmo que não potável.
O retorno do investimento ficaria por conta da administração do sistema de tratamento e distribuição para fins industriais, comerciais e domésticos que não necessitam de água potável. Em casos excepcionais, como o que ocorreu, o sistema serviria de via de drenagem, desde que bem dimensionado para isso.
Às vezes acho que é incompetência. Mas, sinceramente, fico em dúvida.
Ouvi a seguinte frase em uma dessas reportagens: “o difícil não é tirar o pobre da favela, mas tirar a favela do pobre”. Modestamente, eu complemento: principalmente dos pobres de espírito.
Já chega! Estou legal...
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